Cada português gasta em média 40 litros diários que podiam ser preservados.
Cada português usa diariamente em instalações sanitárias e autoclismos uma média de 40 litros de água com qualidade para consumo humano que poderiam ser substituídos por águas de esgoto depuradas, defende um especialista.
"Em média, cerca de 95% da água que os sistemas públicos põem à disposição dos consumidores para os diversos usos domésticos não teria de ter qualidade para consumo humano", afirma Amílcar Ambrósio, engenheiro civil e sanitarista.
Segundo o especialista, são suficientes cinco litros de água diários por habitante para beber e para a confecção de alimentos. No entanto, o consumo de água per capita ronda os 120 litros diários.
"Isto deve fazer-nos reflectir", comenta Amílcar Ambrósio, defensor da aplicação de águas residuais depuradas, não só em instalações sanitárias, mas ainda noutros fins, como rega, higiene urbana, construção, ataque a incêndios, reservas de água recreativas ou certos usos industriais.
Em Portugal, as Águas do Oeste (empresa que serve populações dos distritos de Leiria e de Lisboa) já têm em fase de concretização este tipo de processo.
E o preço pode ser um dos aliciantes: "a água residual tratada revela-se, como regra, mais barata".
É claro que as empresas abastecedoras teriam de suportar os custos de execução de novas redes.
Também seria necessário fazer chegar às habitações uma nova tubagem para as casas-de-banho, mas Amílcar Ambrósio desdramatiza a questão: "são obras pequenas. Também os cabos das telecomunicações já são aplicados pelo exterior dos edifícios. O mesmo poderia ser feito e, nas sanitas, apenas seria necessário introduzir um pequeno tubo nos autoclismos".
Segundo Amílcar Ambrósio, tecnologicamente é até possível produzir água potável a partir dos esgotos, mas isso não se justifica em Portugal.
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