domingo, 17 de abril de 2016

Uma conversa de final de dia, entre um pai e uma filha de 12 anos, sobre o verdadeiro custo dos alimentos


Filha - “Pai, os alimentos produzidos com o recurso a pesticidas na agricultura convencional são regra geral mais baratos do que os alimentos de agricultura biológica, produzidos sem pesticidas. Porquê?”
Pai – “Sabes porquê?! Porque na fórmula de cálculo do preço desses alimentos mais baratos, entre muitas outras coisas, não entram os custos médicos relativos aos tratamentos de combate aos diversos tipos de cancros que poderás vir a padecer a partir dos 40 anos. 
Se entrassem, eles seriam muito mais caros. Hoje, quando alguém compra alimentos baratos produzidos com pesticidas, é como se estivesse a comprar a crédito.
Agora só paga uma pequena parte. Mais tarde a conta final acabará por chegar, sob a forma de mais químicos para combater as doenças provocadas por anos de acumulação de substâncias tóxicas no organismo".
Filha – “Mas os alimentos comercializados não são seguros?! Não existem leis e regras para evitar que as pessoas comam alimentos com pesticidas?!”
Pai – “Existem, muitas, tal como existem para os bancos, para os automóveis, para os medicamentos, mas depois na realidade não são cumpridas. Da mesma forma que existem estudos científicos e tabelas com os valores mínimos da presença de resíduos de pesticidas nos alimentos. 
Só que todos somos diferentes e cada organismo apresenta uma tolerância diferente a estas substâncias. Além disso, a ciência ainda pouco sabe sobre o efeito do cocktail de resíduos de pesticidas e aditivos alimentares que cada um de nós consome todos os dias, quando combinamos os alimentos. 
Mesmo que individualmente cada alimento cumpra a lei quanto aos resíduos de pesticidas, ninguém sabe ao certo qual o efeito do consumo regular deste cocktail de substâncias tóxicas na saúde dos seres humanos. 
A procura desenfreada pelo lucro parece superar todas as leis e regras que visam proteger os seres humanos".
Filha – “Mas isso significa que então muitas pessoas podem ficar doentes… e o planeta pode ficar doente também, a natureza, os animais, os oceanos… Essas pessoas não temem pelos seus filhos, pelo seu futuro?!”
Pai – Engole em seco, demora a responder, mas por fim diz: “Não te consigo dar uma boa resposta a essa pergunta… o que sei é que esse não é o futuro que eu quero ajudar a construir para ti. 
Também sei que eu e tu podemos fazer a diferença, escolhendo consumir alimentos produzidos sem pesticidas e mostrando a outras pessoas que também o podem fazer. 
Se conseguirmos que muitas pessoas assumam esta consciência, então estou seguro de que em conjunto podemos ajudar a construir um futuro alternativo, onde tu e as outras crianças possam existir, num planeta saudável, em comunhão com todos os outros seres vivos".

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