Fonte: Daily Dawdle
Em
primeiro lugar desejo a todos um Feliz 2016! Que este ano traga as
mudanças que queremos para as nossas vidas, afinal de contas tivemos todo um
ano para pensar nelas, não é verdade?
O
ano passado terminou com a cimeira de Paris, cimeira onde participaram 195
países. Esta elevada participação deveu-se à gravidade da situação actual do
nosso planeta.
Depois
de anos de negociações um acordo histórico para conter o aquecimento global foi
aprovado em Paris. Os representantes de 195 países disseram “sim” a um novo
tratado internacional, que envolverá todas as nações num esforço colectivo para
tentar conter a subida da temperatura do planeta a 1,5ºC. Se ao acordo for
cumprido, estima-se que na segunda metade deste século o mundo terá
praticamente abandonado os combustíveis fósseis e as emissões que restarem de
gases com efeito de estufa serão anuladas.
A
base do acordo são planos nacionais, a apresentar a cada cinco anos por todos
os países, contendo a sua contribuição para a luta contra o aquecimento global.
É uma abordagem duplamente diferente da que havia até agora na diplomacia
climática. Não há metas impostas aos países, são eles que decidem o que fazer.
E todos têm de participar, e não apenas os países desenvolvidos, embora estes
tenham de liderar os esforços na redução de emissões de gases com efeito de
estufa.
É a
primeira vez que surge um acordo internacional, com força legal, a vincular
todos os países a fazerem esforços para conter as suas emissões. Um
mecanismo de monitorização e reforço destes planos vai ser colocado em prática,
para assegurar que o limite de subida dos termómetros não será ultrapassado. E
os países desenvolvidos prometem ampliar a ajuda às nações mais vulneráveis.
Dos
pontos essenciais do acordo, a referência ao limite de 1,5ºC é um dos
principais avanços. Até agora, o que estava acordado internacionalmente era uma
meta de 2ºC.
As
promessas de curto prazo, até 2030, já apresentadas pelos países põem, por ora,
os termómetros rumo a um aumento de cerca de 3ºC. O processo de revisão
previsto no novo acordo procurará aumentar a sua ambição. “O acordo
sozinho não nos tirará do buraco em que estamos, mas faz que a subida seja
menos íngreme”, entende Kumi Naidoo, da Greenpeace. “Com o Acordo de
Paris, Portugal irá ter de rever também a sua política climática e energética”,
sustenta a associação ambientalista Quercus, num comunicado. O Acordo de
Paris contém partes legalmente vinculativas e outras que não o são. A elaboração
dos planos nacionais e a sua monitorização e revisão, por exemplo, são
mandatórias. Mas as metas ali inscritas, não. O texto do acordo foi
cuidadosamente elaborado para evitar vinculações legais que obrigassem à sua
aprovação por dois terços do Senado norte-americano, uma maioria impossível de
se conseguir. O documento agora será aberto à subscrição formal dos países
no dia 22 de Abril de 2016 – Dia da Terra. Para passar a ter força legal, tem
de ser ratificado ou aceite por pelo menos 55 nações, representando no mínimo
55% das emissões globais de gases com efeito de estufa. As suas disposições só
entram em vigor em 2020.
Fonte:
Jornal Público
Quem
me conhece sabe que não tenho religião, mas li recentemente uma
leitura do Papa Francisco que me parece ser muito interessante e adequada
à situação em que vivemos:
"Dado que
tudo está intimamente relacionado e que os problemas actuais requerem um olhar
que tenha em conta todos os factores da crise mundial, proponho
que paremos agora a pensar nos diferentes aspectos de uma ecologia
integral, que incorpore claramente as dimensões humanas e sociais".
Se
tudo está relacionado, então a própria saúde humana depende da
Terra e dos ecossistemas. Todas as instancias estão ligadas, para o bem e
para o mal.
Estas
inter-relações sao importantes, todos nós estamos ligados entre nós e com a mãe
Terra, por isso todas as leis e políticas criadas e aprovadas pelos governos
deveriam ter em conta essas mesmas inter-relações porque muitas vezes as
consequências não são imediatas e directas.
Quero
ser optimista e pensar que realmente este é um acordo histórico, mas muito
sinceramente parece-me que fica muito aquém das necessidades actuais. Há demasiados interesses no uso de combustíveis fósseis e há demasiadas
empresas interessadas no lucro fácil, que não se preocupam com a qualidade dos
produtos que vendem nem como estes chegam ao consumidor ou
as consequências que pode ter no mesmo (vem-me à cabeça em especial
Monsanto, mas isso ficará para um outro post).
Quero
acreditar que o ser humano quer viver, que o instinto de sobrevivência é mais
forte que a sede de poder...
Mas
será realmente assim?
Não poderia
deitar a minha cabeça na almofada todas as noite se não soubesse que faço
os possíveis para ser o mais ecológica possível. Eu acho que estou neste
mundo para torná-lo um pouco melhor e é isso que tento fazer todos os dias.
Tenho esperança que o resto do mundo o faça também... Em 2016 e nos anos
vindouros...